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segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Não importa o lugar


Não importa o lugar

Morada é onde o nosso corpo cola

Não importa o lugar 

Nossa pele junta é casa no mundo afora  


Saudade se faz presente 

Passado não sai da mente 

Você e eu somos um estado 

Dois países com encontro marcado 


Volta pra mim 

Meu beijo te espera 

Volta pra mim 

Seu cheiro ainda invade 

Meu sonho que diz (volta pra mim)


Não importa o lugar 

Morada é onde o nosso corpo cola

Não importa o lugar

Nossa pele junta é casa no mundo afora 


Não importa o lugar 

Morada é onde o nosso corpo cola

Não importa o lugar

Nossa pele junta é casa no mundo agora

(Me namora?)



27/09/2023 BL

sábado, 27 de março de 2021

- o que nos move?

- além das pernas?

- e do amor.

- o desejo pelo amor e pelas pernas.

quarta-feira, 22 de julho de 2020

tem um muro que separa a gente

tem um muro que separa a gente. toda manhã que você coloca gal no volume máximo, eu danço na sala. o cheiro do café e do pão de queijo (que às vezes você deixa queimar), me fazem lembrar de preparar meu pão com ovo. você acorda por volta das oito. eu já reguei as plantas, já fiz xixi e escovei os dentes. hoje tive um sonho bom: cafuné da vó, com direito a chocolate quente e nossas partidas intermináveis de buraco. ligo pra minha irmã, compartilho o sonho, a saudade. por que você tá chorando? queria te abraçar, mas tem um muro que separa a gente.
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tem um muro que separa a gente. antes das oito você já está dando bom dia pras plantas. as janelas abrem, ouço o barulho da descarga. gosto de enrolar na cama. preparo meu café e imagino o que você vai comer. droga, queimei o pão de queijo. me preparo pra entrar no banho, ligo meu som no máximo, será que você gosta de gal? hoje você parece feliz, ouço sua risada uma, duas, três vezes. meu telefone toca, minha mãe mal consegue dar a notícia. minha avó. ouço sua máquina de lavar, pego a primeira roupa preta que vejo no varal. queria te abraçar, mas tem um muro que separa a gente.

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

só mais um gole

Mais um gole. Eu sei que já mentalizei isso no mínimo umas cinco vezes, mas dessa vez vai ser o último. Vodka, gelo, água de coco. Enquanto mexo o copo, olho pra você (por mais que você diga que eu não te observo). Seu cabelo tá meio desgrenhado. Sua boca carrega aquele sorriso de sempre: receptivo, galanteador. Passo por você sem te olhar, vou só apoiar o copo na cadeira. Nossos braços se esbarram. Droga. Só ia apoiar o copo. Sua mão segura meu braço. Sua barriga encosta nas minhas costas, nuas. Seu sorriso beija meu pescoço. Sua outra mão já sobe contornando minha cintura. Dou um gole no copo que não consegui apoiar na cadeira e penso: respira. Mas só consigo ouvir a sua respiração. Você me empurra até a parede. Minhas mãos e meu rosto encostam nela. Suas mãos e seu rosto descem do meu pescoço pelas minhas costas. Seus dedos alcançam minha calcinha, preta. Eles chegam ela pro lado, enquanto sua boca volta pro meu pescoço. Sem pressa você desliza seus dedos entre meus lábios, já molhados. Os seus, da boca, molham minha nuca. Já não consigo abrir meus olhos. Meus peitos, despidos, são pressionados contra a parede, gelada. Enquanto uma de suas mãos desliza pelo meu clitóris, a outra domina meus cabelos. Você vira minha cabeça pro lado e me beija. Não sei o que tá mais molhado, seus lábios de cima ou os meus de baixo. Enquanto sua língua entra macia na minha boca, seu dedo entra entre minhas pernas. O copo ainda está na minha mão. Vai ser só mais um gole. 

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

meu bem

hoje
e sempre
te quero bem

terça-feira, 20 de agosto de 2019

podia ser uma canção do rubel

Pára.
Deixa esse celular de lado.
Repousa esse café na cabeceira.
Olha pra mim.
Lembra da cor dos meus olhos?
Não, meus cabelos não estão soltos, dei um nó neles.
Pode pegar na minha mão.
Eu sei que to um pouco gelada.
Tava frio lá fora, você ainda não me esquentou.
Me abraça.
Finge que o frio passa. 
Finge que o tempo não passa.

Pára.
Deixa esse celular de lado.
Repousa esse café na cabeceira.
Olha pra mim.
Lembra da cor da minha boca?
Não, ela não tá natural, passei batom vermelho.
Pode pegar na minha mão.
Você tá um pouco gelado.
Deve estar frio lá fora, ainda não te esquentei. 
Me abraça.
Finge que o frio passa.
Finge que o nosso tempo não passou.

Pára.

terça-feira, 13 de agosto de 2019